Assento Vago
Alguma vez você já se sentiu um estranho no ninho? Isso acabou de acontecer comigo num dos lugares menos prováveis: dentro de um ônibus. A notória surpresa veio quando a quantidade de passageiros já era grande. Tinha gente até em pé, mas ninguém sentado ao meu lado.
Não que eu faça questão. Ainda mais em se tratando de fim de expediente. Por motivos olfativos, como qualquer bom trabalhador deve suspeitar. Mas, poxa, ver o lugar vago e, ainda assim, preferir uma viagem de 30 minutos em pé é sacanagem! Deveria ser considerado ato inconstitucional. Pelo menos na pátria da pessoa que ficou com um assento vago para repousar seu orgulho ferido.
Mas também, quais eram minhas opções? Uma menina verdadeiramente baixinha e um sósia do David Luís. Gentes boas, eu sei. Bom, pelo menos imagino, já que não tive a oportunidade de os conhecer. Por opção deles, não minha. Eu estava ali o tempo todo, só eles não viram. E perderam a honra de se sentarem ao meu lado e ter um agradável diálogo quebra-gelo com um desconhecido rumo à Caçapava (coisa que eu, particularmente, adoro. Mas não).
No momento em que já estava programando cursar Engenharia como minha próxima faculdade, só para ter o privilégio de projetar um ônibus onde apenas existam assentos unitários, sem vizinhos, percebi que já estava próximo ao ponto no qual eu desceria. Pedi licença à menina sentada ao meu lado, levantei, puxei a cordinha e...
Ops. Pausa dramática. Há quanto tempo ela já estava ali?
Moral da história: Acho que preciso parar de escrever tanto em lugares inusitados e me atentar mais ao mundo real.
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