A Mulher do Sapo


Todo mundo certamente já brincou ou, pelo menos, ouviu falar da "mulher do sapo". Não, mentes pecaminosas, não é "disso" que estou falando. Se lembra quando éramos crianças esvoaçantes que corriam por aí? Pois bem! Era ali que se encontrava a mulher do sapo! Quem chegasse por último depois de uma dessas corridas era sempre "a mulher do sapo". Ou "do padre", para os menos religiosos. E eu, devo dizer, tenho uma relação de longa data com essa mítica figura.

EU VIVO NA MULHER DO SAPO!

Um dos meus maiores sonhos nessa vida era de, um dia, estudar, trabalhar e morar na mesma cidade. O típico sonho que nunca seria realizado numa cidade pequena de interior, como aquelas dos clipes de Taylor Swift ou Avril Lavigne. Surpresa, realmente, foi a minha capacidade (e de tantos outros colegas de profissão) de tirar leite de pedra vivendo no Vale do Paraíba. A grande e (ao mesmo tempo) limitada RMVale, para os mais atualizadinhos.

Conheço muitas pessoas que vieram de fora para morar em minhas cidades vizinhas. Não me entendam mal, todas estão em meu coração! Foram os únicos lugares onde eu pude, efetivamente, trabalhar desde que me tornei ator/aspirante a jornalista.

Já a "Capital Nacional da Lombofaixa", onde fica localizada a minha residência, foi onde tudo começou. E terminou também. Aliás, essa cidadezinha é onde tudo começa e termina sempre. Ou termina sem ter começado. Ou nem começa, só para não ter o trabalho de terminar.

Meu povo (falando num todo, como Katniss num belo discurso em "Jogos Vorazes") vive correndo atrás do tempo perdido. E dos ônibus para outros municípios, todo dia, para trabalhar ou estudar. Seguimos à espera por algum evento que, finalmente, coloque a cidade no Google Maps. Seguimos com a paciência eterna para que as construções vinguem, o comércio fique aberto por mais do que apenas um mês, a cultura e a educação sejam finalmente valorizadas... Ou que algo seja feito, além de retocar com tinta as guias das calçadas. O "tordo" já deixou de cantar há algum tempo, para o desapontamento dos mais engajados políticos de nosso "distrito 12".

Foi assim que a "mulher do sapo" do Vale aceitou seu fatídico destino de ser sempre a última a chegar. Carregar o título de "dormitório" já parece ser o bastante para os administradores. Mas sempre com a "simpatia" que este cidade merece. O fardo não parece tão pesado para os mais positivos, que não se incomodam em aceitar o fato de que quem chegar por último, terá a obrigação de se casar com um anfíbio que, mesmo beijado, jamais se tornará um príncipe.



Um comentário:

  1. Está cidade não tem porte para receber um evento deste porte. Kkkkkk brincadeira a parte, parabéns pelo texto! Sou seu fã.

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