Um Big MC sem cebola e sem picles, por favor
Só na última semana, mais de uma pessoa me disse que engordei. Foi então que tomei uma decisão muito importante: esperei o final de semana chegar e comi uma pizza inteira. Não foi uma linda atitude? É que não preciso de ninguém para me dizer que ganhei peso. Isso eu sei fazer sozinho, obrigado.
O que não muita gente sabe é que, ao longo de toda uma vida, fui um sujeito sofrido que lutou arduamente contra a balança. Não que ainda não o faça, mas chega um tempo na vida de um homem (mulher, cachorro ou papagaio - seja o que quiser, Deus te ama mesmo assim, viu?) que ele tem que se desapegar da gordofobia e se apegar a um enorme prato de massa.
Meu corpo já cresceu e diminuiu tantas vezes, de modo que acho já ser possível encaminhar meu currículo para servir de sanfona na nova formação da banda Calypso. Mentira, nem sei se tocam sanfona nessa banda, mas, na melhor das hipóteses, poderia ser um ganho sonoro. A Lua e o Chimbinha traíram a pobre Joelma. Meu apetite voraz seguido de forte arrependimento, jamais o fariam. Bom, pelo menos essa dupla nunca me desapontou desde que me conheço por gente.
Muitas das melhores amizades que levo e dos indivíduos que admiro são gordinhos... Gordos... Ou bem gordos. Se você é um dos meus melhores amigos e está lendo este texto agora, admita: você tem ou já teve uns quilinhos a mais. Se negar, tenho fotografias (ou um espelho) para comprovarmos o fato. Mas, não se sinta mal, certamente as gordurinhas foram provenientes de nossos mais preciosos momentos juntos: comendo! Boas lembranças, não? Em minha humilde opinião, Deus não criou nada melhor do que... Comer! Para que dormir, beber ou se drogar num mundo onde existe chocolate?
Sendo assim, sempre comi muito. Com crises existenciais ao subir numa balança, é claro. Quem nunca? Já fiz acompanhamento com endocrinologista, nutricionista. Já tomei medicamentos antissiolíticos, chá verde, chá de hibisco, suco de limão quente com gengibre, óleo de cártamo e óleo de coco. Prático exercícios (pesados, chatos e cansativos, diga-se de passagem) na academia cinco vezes por semana, há cerca de quatro anos. Então, querido, se alguma vez em sua vidinha medíocre você pensar em abrir a boca para me dizer que estou gordo, por favor, permaneça calado.
Ou podemos investir numa viagem ao espaço sideral, local onde terei duas grandes vantagens: meu peso será equivalente (ou quase) a zero, além de poder te assassinar sem culpa no cartório. O motivo? Quando um astronauta mata outro fora da Terra, trata-se de um crime sem gravidade. (Ba, dum, tsss). E tenha um bom dia.
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